PODER DE COMPRA DO SALÁRIO MÍNIMO É O MENOR DESDE 2005

SALARIO MINIMO 2021Estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) concluiu que o valor atual do salário mínimo, de R$ 1.100, é o menor já oferecido desde 2005, tendo como base o poder de compra em relação aos produtos da cesta básica.

Segundo o estudo, hoje um salário mínimo permite comprar cerca de 1,58 cestas básicas, cujo o valor médio atual é de R$ 696, composta por 13 itens alimentícios, e é a base para o cálculo do Dieese sobre o valor do salário mínimo necessário para a sobrevivência de um trabalhador e de sua família, com dois adultos e duas crianças.

Em 2005, o poder de compra do salário mínimo permitia comprar 1,6 cestas básicas.

Ainda segundo o Dieese, o valor ideal para o salário mínimo deveria ser de R$ 5.304,90 reais, 5,08 vezes maior o atual.

Como comparação, de 2009 até 2019, o salário mínimo sempre foi suficiente para comprar, ao menos, 2 cestas básicas, com exceção do ano de 2016, quando o valor permitia a compra de 1,93 cestas básicas.

De acordo com a pesquisa, a atual queda do poder de consumo da população pode ser explicada pela soma de dois fatores: o aumento dos preços dos alimentos durante a pandemia, acima da inflação oficial (de 5,45%, segundo o IBGE), e o fim da política de valorização do salário mínimo, que vigorou entre 2011 e 2019, de reajuste pela inflação, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todas as riquezas produzidas pelo país).

No atual governo, a política de reajuste do salário mínimo utiliza apenas a reposição da inflação anual, sem promessa de aumento real. E o novo reajuste aplicado para 2021 foi ainda menor que o índice inflacionário: de 5,26%. Ou seja, o reajuste atual não cobriu sequer a alta da inflação.

Para se ter uma ideia da alta do preço dos alimentos, os produtos que mais aumentaram em 2020 foram o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%), seguidos da batata-inglesa (67,27%), do tomate (52,76%), do leite longa vida (26,93%), das frutas (25,40%), e das carnes (17,97%).

Para mais informações, clique aqui e consulte a reportagem do El País Brasil.